terça-feira, 6 de outubro de 2015

Previsão de saca para 2016


El Niño será intenso e efeito da seca pode ser devastador

Classificado na categoria mais alta, o fenômeno preocupa por normalmente estar associado à seca
00:00 · 06.10.2015 / atualizado às 09:31 · 06.10.2015
Nos próximos meses, a perda de água vai se intensificar nos reservatórios ( Foto: Cid Barbosa )
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Iguatu. O Ceará pode enfrentar, em 2016, o quinto ano seguido de estiagem. Esse é o cenário mais provável. O resultado poderá ser devastador com a perda das reservas hídricas, que estão se exaurindo, nos açudes. Um relatório da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) revela que o fenômeno meteorológico El Niño está na categoria intensa e a sua ocorrência afeta o clima em várias regiões do mundo. No Brasil, é associado a secas no Nordeste e chuvas intensas no Sul. A Funceme classifica a situação atual como "preocupante".
A probabilidade atual é de 95% do El Niño permanecer ativo nos meses de fevereiro, março, abril e maio de 2016, período em que ocorre a quadra chuvosa no Estado. É uma taxa muito elevada. "Esse índice é do El Niño estar presente", esclarece o meteorologista da Funceme, David Ferran. "A previsão com percentuais sobre a quadra chuvosa somente será divulgada em janeiro de 2016".
Cada vez mais forte
Os dados mostram que, quando ocorre um El Niño forte, geralmente as chuvas no Semiárido nordestino ficam abaixo da média. Atualmente, as águas superficiais do Oceano Pacífico estão entre 2 e 3 graus centígrados acima da média. Dentre a classificação "fraco, médio e forte", atualmente a anomalia climática está na categoria mais intensa. "Temos uma preocupação enorme porque o El Niño está cada vez mais forte", frisou Ferran. O meteorologista evita previsões, mas é provável a chance de ocorrer uma nova seca no próximo ano no Ceará. O governo do Estado já foi informado sobre o relatório e a gravidade do cenário que se avizinha.
No fim de maio, a Funceme mostrou preocupação com a formação de El Niño (caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial), em 2016. Com base em estudos dos principais centros de previsão climática do mundo, naquela data havia a probabilidade de o El Niño permanecer em janeiro e fevereiro do próximo ano era de 80%. Agora é de 95%, com o agravante de o fenômeno ter sua presença ampliada até maio.
Na maioria dos anos em que há atuação do El Niño, o período de maiores precipitações no Ceará é irregular e tende a não atingir a categoria em torno da média climatológica. Ou seja, é seca. O Estado enfrenta o quarto ano seguido de chuvas abaixo da média e as reservas hídricas estão se exaurindo. A média dos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de apenas 15,5%.
Nos próximos meses, a perda de água vai se intensificar nos reservatórios por evaporação e por maior consumo em decorrência do aumento da temperatura nessa época do ano. No Ceará, 123 açudes estão com volume inferior a 30%. A situação é mais grave nas bacias do Baixo Jaguaribe (0,88%); Sertões de Crateús (1,96%); Curu (3,69%) e Banabuiú (4,05%). O melhor quadro é o da Bacia do Litoral (34,56%). O Alto Jaguaribe permanece em situação regular com 31,55%; Coreaú (28,42); e a Metropolitana, com 26,82%.
O governador do Ceará, Camilo Santana, em visita neste domingo à cidade de Canindé, onde participou do encerramento dos festejos religiosos de São Francisco das Chagas, reafirmou o esforço do Estado em "garantir água aos irmãos e irmãs cearenses". Nos últimos meses, o governo ampliou o programa de perfuração de poços profundos em áreas urbanas e na zona rural e o fornecimento de água por caminhões-pipa.
Alternativas
As alternativas são limitadas a antigas receitas: carro-pipa e perfuração de poços. Além disso, restam ao sertanejo a esperança e as orações aos céus para que tenham piedade de tanto sofrimento que pode se intensificar. "Se não houver chuva suficiente para uma recarga dos açudes e dos poços, a situação será desesperadora", prevê o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Sebastião Alves. "Como as pessoas vão encontrar água para beber e para os animais?", indagou.
Nas regiões mais secas - Sertão dos Inhamuns, Crateús e Sertão Central - a escassez de água torna-se mais intensa a cada mês. A água distribuída por caminhões-pipas não é de boa qualidade. A principal alternativa para o abastecimento de cidades e vilas rurais é a perfuração de poços profundos, mas a geologia cearense, assentada em sua maioria em rochas cristalinas, dificulta o acesso à água em quantidade e qualidade. É salobra e apresenta vazão reduzida. O índice de poços secos chega a 30%.
O relatório da Funceme é baseado em análise do International Research Institute for Climate and Society (IRI), da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, que reúne estudos de cerca de 20 organismos internacionais sobre Clima e Meteorologia.
O El Niño, segundo previsão de centros meteorológicos dos Estados Unidos, deve ter o efeito mais devastador das duas últimas décadas, talvez mais grave do que o de 1997, o seu ano mais dramático. O fenômeno é comum e ocorre em intervalos que variam entre dois a sete anos. A anomalia climática provoca secas e tempestades em várias regiões da Terra. Foi batizado por pescadores do Peru e do Equador para lembrar o Menino (Niño) Jesus, em virtude de correntes marítimas quentes e inesperadas que despontavam próximo ao Natal.
O Norte do Brasil pode ficar ainda mais seco. O Sul pode sofrer com inundações (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina). O problema é que não há como fazer previsões absolutas, pois os modelos apontam para probabilidade. Entretanto, as estatísticas indicam que quando há ocorrência de El Niño intenso, como o que se verifica atualmente, deve perdurar por pelo menos seis meses, e, geralmente, as chuvas no Semiárido nordestino ficam abaixo da média.
Curiosamente, nos últimos quatro anos, período de registro de chuvas abaixo da média no sertão cearense, não houve registro de El Niño. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema causador de chuvas no Estado, permaneceu afastada. "São várias interações e não sabemos os fatores que provocaram a distanciamento da Zona de Convergência e esse ciclo de seca, mesmo sem o El Niño", explica David Ferran. "O El Niño está voltando neste ano e de forma intensa". Segundo o meteorologista não se pode afirmar que o que vem ocorrendo está relacionado com mudanças climáticas, mas um período de cinco, seis anos seguidos de seca não se tem registro.

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/mobile/cadernos/regional/el-nino-sera-intenso-e-efeito-da-seca-pode-ser-devastador-1.1403130

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Palestra "Riscos Ambientais: Observando o seu espaço"

CONVITE
A Palestra a ser realizada na comunidade do Pinto Madeira faz parte do Programa de Extensão: Ações de Gerenciamento de Áreas de Riscos em Assentamentos Precários da Região Metropolitana do Cariri, da Universidade Federal do Cariri, em parceria com a Defesa Civil de Crato.
A PALESTRA TERÁ POR TÍTULO: "Riscos Ambientais: Observando o seu espaço"
Serão abordados  os seguintes temas: riscos de deslizamentos, qual o tipo de fruteira que se deve plantar para evitar deslizamentos, quais os sinais que indicam uma possível queda de barreira e desabamento de casas, os problemas ambientais que afetam a saúde dos moradores e dicas de como melhorar a saúde.

Local: Escadaria do Pequizeiro
Dia: 22 de setembro

Horário: 19:00


Charles Galdino

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

EUA correm risco de 'mega seca' inédita em mil anos

Por: Jonathan Amos

sábado, 14 de fevereiro de 2015

O que fazer se um animal estiver sofrendo maus-tratos

Mariana Freire


















































marianafreire@opovo.com.br



Em apenas uma entidade de proteção animal de Fortaleza são recebidos mais de 40 casos semanais de maus-tratos. É necessário que testemunhas denunciem para que responsáveis sejam penalizados, dizem defensores

Dez meses atrás, quando chegou à casa do advogado Felipe Alvernaz, 29, Lindinha nem merecia tanto o nome que ganhou. Com ele, a cachorra recebeu, além de carinho, o título. “Ela estava muito feinha, e a gente colocou esse nome para ver se ela se animava”, ele explica. Funcionou. A cadela, sem raça definida e sem idade conhecida, vinha magra, cheia de feridas e quase nenhum pelo devido às más condições em que vivia antes. Agora, está recuperada. “Queria até que os antigos donos vissem ela hoje para saber que ela tinha jeito”, conta Felipe.

Antes de ter o advogado como tutor, Lindinha era usada como guarda em uma casa que estava sem morador. “Ela ficava numa área aberta que não tinha teto, sem água e sem comida. Ela estava definhando”, lembra Vanessa Martins, 18, estudante de Medicina Veterinária e voluntária no Abrigo São Lázaro. Casos de maus-tratos como o de Lindinha se repetem e chegam com frequência às instituições de proteção a animais.

Os relatos, segundo Vanessa, vêm, sobretudo, de pessoas que testemunham a ação - seja de violência ou de abandono -, mas que têm medo de denunciar. “A gente tenta conscientizar a pessoa a fazer o relato para a Polícia, mas elas querem que outros se responsabilizem pela denúncia porque não querem se expor”.

Ainda assim, contabiliza Márcio Sousa, coordenador geral da Sociedade Protetora Ambiental no Estado do Ceará (SPA), são registrados entre 40 e 50 casos de maus-tratos a animais por semana. Na instituição, muitos são os denunciantes que temem formalizar a delação. “Mas quando é comprovado, eu mesmo faço questão de denunciar”, ele afirma.

Se o crime for constatado, explica Márcio, o responsável é conduzido para a Polícia e o animal é apreendido. Em seguida, dependendo do estado de saúde do bicho, ele é encaminhado para um abrigo, para que possa ser adotado, ou para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) caso seja necessário ser sacrificado. Lindinha foi resgatada quando o atual dono viu o relato de maus-tratos no Facebook e não resistiu. “Eu acabei aceitando a empreitada”.

De acordo com Roberto Cavalcante, Fiscal Ambiental da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), há quatro denúncias de maus-tratos a animais aguardando atendimento no órgão. Além da autuação no âmbito administrativo, que pode chegar a R$ 3 mil por indivíduo, o caso é encaminhado ao Ministério Público Estadual (MP) “para que sejam tomadas as medidas criminais”. Se condenado, o agressor pode receber detenção de até um ano.

Felipe e Lindinha
Se Felipe salvou Lindinha? Ele diz que não. “Quando eu peguei ela, eu estava numa situação ruim de vida. Quando eu fui vendo a recuperação dela, me deu força para saber que eu também poderia me recuperar. Foi ela que serviu para me ajudar”, resume o advogado.

Saiba mais

Na semana passada foi divulgado vídeo de um homem que agredia a cachorra que pertence à então namorada, no Rio de Janeiro. No vídeo, flagrado pela jovem que instalou câmeras em casa, a cachorra é virada de cabeça para baixo, agredida e jogada no chão por Rafael Hermida. Ele foi denunciado à Polícia.
 
O que diz a lei Lei 9.605/98
Artigo 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo 1º. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
 
Decreto nº 6.514/2008
Artigo 29. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Multa de R$ 500 a R$ 3.000 por indivíduo.

Serviço

Semace
Setor de Defesa da Fauna: 3254 3083
Denúncias ambientais: 0800 275 2233 (de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h às 12 horas e das 13h às 15 horas)
Sistema de Ouvidoria do Estado: 155 (ligação gratuita)

Ibama
Linha verde: 0800 618 080 (de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8 às 18 horas, para todo o País)
Sociedade Protetora Ambiental no Estado 8833 0283


Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2015/02/14/noticiasjornalcotidiano,3393408/o-que-fazer-se-um-animal-estiver-sofrendo-maus-tratos.shtml

Trinta açudes do Ceará estão com menos de 1% de água

Isabel Costa




isabelcosta@opovo.com.br



              Comparando fevereiro de 2014 com a situação atual, houve queda de 10 pontos percentuais no volume armazenado no Ceará. Pacote de ações para enfrentamento à seca deve ser anunciado pelo Governo até o fim do mês
               Dos 149 açudes monitorados no Ceará, 30 estão com volume abaixo de 1% da capacidade e outros 94 têm volume inferior a 30%. O dados são do Portal Hidrológico do Ceará e dos boletins da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Em setembro de 2014, eram 15 os reservatórios com volume menor que um 1%. As bacias hidrográficas em pior situação são Curu, Sertões de Crateús, Banabuiú e Baixo Jaguaribe.



Considerando a situação geral dos reservatórios, houve queda de 10 pontos percentuais no volume - passando de 29,64% em fevereiro do ano passado para os atuais 19,33%. Os dados foram coletados na última quinta-feira, 12. Para Hypérides Macêdo, especialista em Recursos Hídricos e ex-secretário Nacional do Ministério da Integração, a queda na reserva de água dos açudes cearenses corresponde ao “normal que acontece no período seco do ano de junho a janeiro. O problema maior é que a reposição em 2014 foi reduzida por conta da pouca chuva”, destaca.

A maior preocupação, segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, é que a água está concentrada em dois reservatórios (Castanhão e Orós). O gestor lembra que as bacias do Alto Jaguaribe, do Médio Jaguaribe e a Metropolitana acumulam - respectivamente - 38,99%, 21,92% e 20,63% do volume total de cada uma. É um contraste quando observadas a Bacia do Baixo Jaguaribe, que tem apenas 1,8% do seu volume total, ou a Bacia dos Sertões de Crateús - que tem somente 0,35%.

Pacote de ações
Um pacote para enfrentamento à estiagem está em fase final de elaboração, informou o secretário Francisco Teixeira ao O POVO. “Estamos consolidando (o pacote) e deve ser anunciado em breve. Mas já estamos na etapa final”, disse. Estão previstas ações emergenciais e estruturantes. Algumas que já acontecem, mas receberão mais apoio governamental. A operação carro-pipa, que vem sendo liderada pelo Exército Brasileiro, deverá ser ampliada para as sedes dos municípios que necessitarem, afirmou o secretário.

Saiba mais

Açudes com volume inferior a 1%:
Broco: 0,44%
Faé: 0,60%
Forquilha II: 0%
Parambu: 0,99%
Pau preto: 0,99%
Trici: 0,22%
Várzea do boi: 0,52%
Jenipapeiro II: 0,75%
São Domingos II: 0,48%
Umari: 0,56%
Madeiro: 0,34%
Carmina: 0,48%
Várzea da volta: 0,4%
Desterro: 0%
Jerimum: 0,01%
Salão: 0,99%
São Domingos: 0%
São Mateus: 0,52%
Sousa: 0,06%
Tejuçuoca: 0,66%
Barra Velha: 0,98%
Barragem do Batalhão: 0%
Carnaubal: 0%
Colina: 0,98%
Cupim: 0,08%
Flor do Campo: 0,01%
Jaburu II: 0,07%
São José III: 0%
Sucesso: 0%
Santa Maria de Aracatiaçu: 0,76%
 Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2015/02/14/noticiasjornalcotidiano,3393176/trinta-acudes-do-ceara-estao-com-menos-de-1-de-agua.shtml

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Tá faltando água no Ceará e o cearense já bebe água de estados vizinhos

Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), a previsão da quadra chuvosa indica grande probabilidade de seca em 2015 nos meses de fevereiro, março, abril e maio. O prognóstico é de 64% de chuvas abaixo da média.
Em 176 dos 184 municípios já foi decretado estado de emergência por conta da seca, e os 149 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogeh) contam hoje com apenas 20% da capacidade de armazenamento de água.
Em vários municípios, carros pipa abastecem à população com água trazida de açudes distantes e até de estados vizinhos como o Piauí, Paraíba e Pernambuco.

Fonte: http://blogs.diariodonordeste.com.br/robertomoreira/ta-faltando-agua-ceara-e-o-cearense-ja-bebe-agua-de-estados-vizinhos/