terça-feira, 26 de novembro de 2013

Distribuição de Cestas Básicas pela Defesa Civil em Crato - Ce

    A Prefeitura Municipal do Crato através da Defesa Civil em Crato recebeu do Governo Federal e Defesa Civil Estadual, na pessoa do Capitão Privino,  a doação de 526 cestas básicas  a serem doadas a famílias carentes especialmente da zona rural, que tem atravessado período de seca. As famílias beneficiadas já estão cadastradas pela Defesa Civil em Crato, que procederá com a entrega a partir do dia 26/11 . É mais uma ação da Defesa Civil em Crato, que seguindo a política de valorização do munícipe cratense adotada pela gestão do Prefeito Ronaldo Gomes de Matos e do Secretário de Segurança Antonio Afonso Siqueira Gonçalves e Coordenadora da Defesa Civil Josimere Silva, tem buscado melhorar a qualidade de vida do cidadão, tanto da zona urbana quanto na zona rural, amenizando o sofrimento gerado pela seca.


Charles Galdino Rodrigues
Gerente de Operações 
Defesa Civil em Crato

 Carregamento em Fortaleza. Dois caminhões.
 Carregamento do baú com 526 cestas básicas. Francisco de Assis Aires, Gerente Técnico da Defesa Civil.
 Prefeito Ronaldo Gomes de Matos e a Coordenadora da Defesa Civil em Crato Josimere Silva
 Prefeito Ronaldo, Coordenadora Meire e Charles Gerente de Operações da Defesa Civil.


526 Cestas Básicas no Depósito em Crato.

sábado, 23 de novembro de 2013

Sede e fome começam a ameaçar a sobrevivência dos moradores no Vale do Piancó - Paraíba

Moradores sofrem com a seca em Itaporanga (Foto: Padre Djacy)
Não é só a falta de água para agricultura e pecuária que aflige os sertanejos da Paraíba que enfrentam a pior seca dos últimos 50 anos. Sede e fome começam a ameaçar a sobrevivência dos moradores de comunidades rurais nos municípios do Vale do Piancó, no Sertão, segundo o padre Djacy, conhecido ativista que denuncia nas redes sociais as consequências da prolongada estiagem no estado.

Os programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família, têm sido as únicas fontes de recursos para muitos desses sertanejos, que viviam da agricultura de subsistência. Água para beber, apenas dos carros-pipas, que abastecem as localidades onde há mais de um ano não chega água nas torneiras ou o fornecimento através de açudes são insuficientes.

Em quatro meses padre Djacy já percorreu mais de dez cidades do Vale do Piancó e atesta: “O que eu tenho visto é muita miséria. Tive em várias comunidades rurais, como Diamante, Curral Velho, Aguiar, Pedra Branca, Itaporanga e vi pessoas passando sede e fome. Se não fossem os programas sociais muita gente já teria morrido.”, contou o padre Djacy, emocionado.

Ele diz que moradias precárias e principalmente a falta de comida têm se tornado comum em comunidades rurais como essa. Nas visitas, além escutar os apelos dos sertanejos, o ativista leva doações que recebe na igreja e até de pessoas de outros estados que contribuem com a campanha.

“Crianças correm ao me ver chegar com comida. As pessoas vêm ao meu encontro. Os adultos ficam esperando porque sabem que posso trazer um pouco de alimento. Isso é o que me assusta”, destacou.

A última cidade visitada pelo religioso foi Itaporanga, a 420 quilômetros da capital paraibana. Na comunidade rural Bela Vista, a situação de uma família chocou o padre, que já está acostumado a ver a carência das pessoas que sofrem com os efeitos da seca. “Eles vivem em uma situação precária. Moram em uma casa de taipa, em condição subumana”.

Segundo ele, a família possuía um poço artesiano de onde tirava água, mas o local agora está aterrado. Padre Djacy relatou a emoção do chefe da família, Francisco Araújo, de 57 anos ao mostrar o poço seco. “O senhor me mostrou o poço que está aterrado. Com o tempo, ele foi se deteriorando e a família não teve dinheiro para ajeitá-lo. O homem chegou a chorar. Era desse poço que ele tirava água para a casa dele”.

O ativista ressaltou que a água própria para beber que a família tem acesso é dos carros-pipas, mas muitas vezes, o chefe da família busca o líquido escasso em um “açude de capacidade média”. “Essa água é insalubre, imprópria para beber, porém, às vezes, além de usá-la para lavar louça e roupa, ela é consumida por eles”.

Outra situação que chamou a atenção do padre é que muitas crianças ajudam seus pais a irem buscar água no açude. “Isso é muito comum. Na maioria das vezes os açudes são distantes, mas as crianças acompanham seus pais”.

Segundo padre Djacy, a família relatou que o dinheiro que consegue para comprar comida é do Bolsa Família, mas para ele, o auxílio do programa federal não é suficiente para resolver os problemas das famílias que estão sofrendo. Em Itaporanga, 3.079 recebem o benefício, com média de R$ 139 por mês, segundo dados do levantamento informado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Padre Djacy apela para que o Governo do Estado adote medidas mais efetivas para diminuir os efeitos da seca e pede que cestas básicas sejam enviadas com urgências para as famílias que estão passando fome.

“A cada dia que passa, percebo, graças as minhas visitas às comunidades rurais, que a situação de milhares de sertanejos vai ficando dramática. Mais um ano se passa, e os agricultores nada colheram para a subsistência. Peço ao governo do Estado, que por questão humanitária, envie, o quanto antes, cestas básicas para as famílias que clamam por pão”, clamou.

Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), 12 açudes estão completamente secos na Paraíba, são eles: Emas, Serrote, Olivedos, Cabaceiras, Prata II, Santa Luzia, São José IV, Chupadouro, São Mamede, Batista, São Francisco II e Várzea. Além desses, outros 26 reservatórios estão em situação crítica com menos de 5% do seu volume total.

Fonte: Portal Correio e site Miséria

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Relatório revela dados da escassez d´água no Ceará

No Estado, 95% dos seus municípios (175 de um total de 184) decretaram Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública (Foto: José Leomar)
Secas e estiagens ainda são um dos grandes problemas para os habitantes do Ceará, estado em que no ano passado 95% dos seus municípios (175 de um total de 184) decretaram Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública. Esse é um dos indicadores do relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2013, elaborado pela Agência Nacional das Águas (ANA) e que faz um balanço da gestão das águas no Brasil.
Elaborado a cada quatro anos com base em dados de instituições envolvidas com o gerenciamento e as problemáticas oriundas dos recursos hídricos, desta vez o relatório traz um balanço quali-quantitativo, o qual aponta não apenas a escassez, mas a situação de "criticidade quantitativa" das águas do Ceará.
No item eventos críticos, o estudo indica que o Ceará (ao contrário do que ocorre em outros estados) praticamente não registra excessos de água em regiões geográficas ou em determinados períodos do ano. Assim, enchentes, alagamentos, enxurradas e inundações atingiram, em 2012, somente um município.

Quanto ao desmatamento, o relatório comprova uma redução de 40,24% da vegetação nativa, a caatinga, até no ano de 2009. Já as unidades de conservação (parques, áreas de proteção ambiental) representam 7% em relação à área do bioma no estado, a caatinga. Enquanto isso, oficialmente, as terras indígenas representam 0,4% em relação à área do estado.

Saneamento, como era de se esperar, é considerado uma das vulnerabilidades. A população não atendida por redes de esgoto em 2008 representava 42%, enquanto no Brasil esse percentual ficava em 38%. Ceará e Brasil se equivalem no item disposição final inadequada de resíduos sólidos: 33%.

Coleta
O estudo, esclarece a Assessoria de Comunicação da ANA, apresenta períodos de tempo diferentes para itens distintos, já que dependeu da coleta de dados. Uma notícia boa, comparando-se ao cenário nacional, é a que o Ceará usa menos agrotóxicos que muitos outros estados do País. Tanto que o consumo desses produtos por área plantada, em 2010 ficou em 0,32 quilos por hectares, enquanto no País registrou-se 5,18 kg/ha.
A comparação, também, é positiva acerca do consumo de fertilizantes por área plantada. Em 2011, foram 6kg/ha contra 171 kg/ha em âmbito nacional. "O relatório permite a identificação dos desafios e a partir daí podem ser traçadas as alternativas", lembrou a assessoria da Agência.

Fonte: Diário do Nordeste e site Miséria

Ceará deve ter poucas chuvas e mais sensação de calor até janeiro de 2014

Previsão para novembro, dezembro e janeiro aponta continuidade da seca no semiárido, com maior chance de precipitações abaixo da média (Foto: Ilustrativa)
A pré-estação chuvosa, compreendida entre novembro e janeiro, deve ter poucas chuvas no Ceará. A ocorrência de precipitações tem 40% de probabilidade de ficar abaixo da normal climatológica para cada cidade. As chances são de 35% para que as chuvas permaneçam dentro da média e de 25% para que ultrapassem a média. A previsão em consenso foi elaborada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A normal climatológica apresenta valores médios com base em dados coletados em períodos consecutivos de 30 anos.

Ao Sul do Ceará, as cidades da região do Cariri costumam ter as primeiras chuvas no mês de dezembro, segundo Raul Fritz, meteorologista da Funceme. No entanto, as precipitações podem tardar. No município de Campos Sales, as chuvas tendem a ficar abaixo dos 29 milímetros em dezembro e dos 45 milímetros em janeiro. A cidade é um dos locais onde a seca mais castigou os agricultores da região em 2013, segundo Chico Alves, coordenador geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Ceará (Fetraece) no Cariri. Nas terras de Salitre e Araripe, os produtores também enfrentaram muitas dificuldades pela falta de chuvas.

Produção ruim
Para Chico Alves, a situação de Juazeiro do Norte, Missão Velha e Barbalha é menos preocupante. São cidades com terras mais produtivas e mais poços perfurados. “Mas não há um município em que a produção esteja boa”, pontua. E acrescenta: “A expectativa por chuvas é muito grande. Os agricultores têm medo de outra grande seca em 2014.” As previsões para a quadra chuvosa de 2014 devem ser divulgadas na segunda quinzena de janeiro, informa o meteorologista Raul Fritz.

O volume de chuvas de janeiro deve ser superior ao de dezembro, de acordo Ednaldo Correia, meteorologista do Inmep – Recife. E dezembro deve ser melhor que novembro. Segundo boletim do CPTEC, a pré-estação chuvosa do Nordeste pode ser comprometida devido a anomalias de temperatura na superfície do mar Atlântico Tropical. É com base nestas temperaturas que a previsão da quadra chuvosa pode ser feita em janeiro, como explica Fritz. Até lá, o Estado deve contar com chuvas rápidas e localizadas.

Fonte: O Povo e site Miséria

2013 pode ser o 7º ano mais quente desde 1850, aponta agência da ONU

O ano de 2013 tem tudo para ser considerado pela Organização Meteorológica Mundial como o sétimo mais quente desde 1850, quando foram iniciadas as medições deste tipo pela instituição. De janeiro a setembro, a temperatura global subiu 0,48º C acima da média registrada entre 1961 e 1990.

As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (13) durante coletiva de imprensa em Varsóvia, na Polônia, onde acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 19.

O documento afirma que os nove primeiros meses do ano aparecem, ao lado de 2003, no sétimo lugar entre os mais quentes da história e pode ser considerado um dos dez mais quentes já registrados.

Enquanto em 2012 as temperaturas extremas foram registradas nos Estados Unidos, em 2013 o calor foi mais intenso na Austrália.

O texto confirmou ainda que nível do mar tem subido, em média, 3,2 mm anualmente desde que as medições por satélite foram iniciadas, em 1993. A taxa é considerada "um novo recorde" pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o relatório, a taxa observada de aumento do nível do mar entre 2001 e 2010 era de 3 mm e a média observada no século passado foi de 1,6 mm de elevação ao ano.

Para Michel Jarraud, secretário-geral da organização, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2)  e outros gases de efeito estufa atingiram níveis máximos de emissões em 2012 e “nós esperamos que eles atinjam níveis sem precedentes, mais uma vez, em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente”, explicou.

Segundo ele, o nível dos oceanos subiu 20 centímetros apenas no século passado “fazendo com que as populações costeiras fiquem mais vulneráveis a tempestades. Vimos isso com consequências trágicas nas Filipinas”, disse o porta-voz da organização meteorológica.

Até o início de novembro deste ano, foram registrados 86 ciclones tropicais, de tufões a furacões no Atlântico. O índice se aproxima da média registrada entre 1981 e 2010, quando, anualmente, ocorreram 89 grandes tempestades.

Entre as tempestades registradas este ano está o tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas e causou destruição em muitas cidades do país.

Dados regionais
De acordo com o texto da agência da ONU, as temperaturas na América do Norte ficaram acima acima da média em 2013, mas foram mais moderadas que em 2012.

A Austrália registrou entre novembro de 2012 e novembro de 2013 temperaturas consideradas “as maiores de todos os tempos”. Em alguns locais do país, os termômetros registraram 49,6º C. Na Ásia, o Japão teve o verão mais quente já registrado. A China e a Coreia do Sul registraram em agosto temperaturas altas.

Sobre a quantidade de chuvas, o relatório apontou que a América do Sul registrou uma quantidade de precipitação muito abaixo da média, principalmente no Nordeste do Brasil, “onde partes desta região sofreram com a pior seca em 50 anos no início de 2013”. O texto afirma ainda que o Planalto brasileiro experimentou seu maior déficit de chuvas desde que os registros começaram, em 1979.

Já Alemanha, Polônia, Áustria, Suíça e outros países da Europa tiveram índices extremos de chuva no fim de maio e começo de junho, com inundações na região dos rios Danúbio e Elba.

Fonte: G1  e site Miséria

sábado, 9 de novembro de 2013

Modelo do interior da Terra ajuda a prever terremotos


Modelo do interior da Terra ajuda a prever terremotos

Publicado por Raciel Gonçalves Junior

Pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP ajudaram a criar um novo modelo do interior da Terra que abre caminho para prever terremotos com maior precisão.
Para detectar os terremotos, que afetam uma porção muito fina da crosta, é necessário construir modelos bem mais detalhados do que visões gerais como esta.[Imagem: Wikipedia/Kelvinsong]

A pesquisa, publicada na mais renomada revista de física do mundo, a Physical Review Letters, repercutiu em várias outras publicações científicas, incluindo a Science.
O modelo resolve um velho dilema das pesquisas experimentais sobre o manto inferior da Terra, camada que fica entre 600 e 2.900 quilômetros de profundidade.
Alguns resultados experimentais sobre a elasticidade do manto contradizem os outros, não havendo consenso.
O novo modelo teórico, que resolve essas inconsistências, foi criado com a participação do professor João Justo, da Poli/USP e de outra pesquisadora brasileira, Renata Wentzcovitch, atualmente na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
Além de aumentar o conhecimento científico sobre o manto terrestre, o que, por consequência, abre caminho para melhorar a precisão sobre quando e onde ocorrerá o próximo terremoto e o quão poderoso ele será, o modelo fornece uma base para os experimentos que estudam o interior do planeta.
O avanço se deveu ao detalhamento de características como pressão, temperatura e densidade do ferropericlase, material encontrado em alguns diamantes naturais e uma das principais substâncias que formam o manto terrestre.
"Entender o funcionamento do manto, suas energias, dinâmicas e interações com as demais camadas da Terra, é fundamental para desvendar os terremotos", diz Justo.
Manto terrestre
Apesar de ser essencialmente sólido, o manto também pode ser considerado um fluido, se o tempo de movimentação for calculado em escalas geológicas.
"O material que forma o manto flui como um líquido, porém de forma muitíssimo lenta, imperceptível a não ser quando consideramos o passar de milhões de anos", explica Justo.
Esse movimento em câmera mais do que lenta, explica o cientista, altera a pressão e temperatura do manto ao longo do planeta e faz com que o material sofra efeitos físicos importantes.
"Essas alterações nos ajudam a explicar como ocorre o movimento do 'fluido' que compõe o manto", diz Justo.
Esse vaivém termodinâmico é a chave do quebra-cabeça: ele está diretamente ligado ao movimento das placas tectônicas, que ficam no "andar de cima" das camadas da Terra.
Placas tectônicas
As placas tectônicas são as grandes responsáveis pelos terremotos.
Elas são formadas por grandes porções da crosta terrestre que, também de forma muito lenta, estão sempre se movendo, enfiando-se umas por debaixo das outras.
"O terremoto é o tremor de terra causado pelo escorregamento de uma placa tectônica em relação a outra," explica Justo. A costa do Chile e da Califórnia, por exemplo, são áreas de grande risco de terremotos por serem áreas de encontro de placas tectônicas.
Contudo, as melhores previsões sobre quando os terremotos vão acontecer ocorrem nas escalas de milhares de anos.
"É possível dizer que haverá terremotos aqui ou ali nos próximos três mil anos, por exemplo", diz Justo.
Parece trivial, mas tudo é feito com base em cálculos fundamentados. É que uma placa não desliza sobre a outra com facilidade. Pelo contrário. "O deslizamento só acontece depois que muita energia foi acumulada enquanto uma placa exerce pressão na outra, cada uma apontando para lados opostos. Hoje, conseguimos calcular a quantidade de energia acumulada, mas não sabemos dizer com precisão até onde ela vai e com qual força depois que ela for liberada", explica Justo.
Prevendo terremotos
É por isso que geofísicos ao redor do mundo correm para medir ondas de terremotos que se iniciaram em regiões distantes do mundo. Ao calcular o tempo em que se levou para tais ondas chegarem a diferentes lugares, os cientistas conseguem estimar o ponto de origem do terremoto.
Não apenas isso, essas ondas ajudam a realizar uma espécie de "tomografia" do planeta. "Quanto mais rápida ou mais lenta for uma onda, quer dizer que há uma diferença no material terrestre por onde ela está passando", diz Justo. "Quanto mais conhecermos do que é feito o interior da Terra e como o manto se modifica com o tempo, melhor entenderemos onde e quando os terremotos acontecem."
Justamente nesse quesito, o de descrever as transformações no manto terrestre, é que o modelo teórico formulado por Justo e seus colegas contribui para o desenvolvimento da área de geofísica: "Nosso modelo avança no entendimento das transformações no interior do planeta para que estejamos um passo adiante, e, quem sabe, possamos prever com precisão de meses ou dias, onde um terremoto vai ocorrer."

Bibliografia:
Elastic Anomalies in a Spin-Crossover System: Ferropericlase at Lower Mantle Conditions
Zhongqing Wu, João F. Justo, Renata M. Wentzcovitch
Physical Review Letters
Vol.: 110, 228501
DOI: 10.1103/PhysRevLett.110.228501

PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS COBRA MEDIDAS IMEDIATAS DE MITIGAÇÃO

Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado ontem (7), ressalta a necessidade de adoção de ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “O benefício da ação imediata para mitigar a mudança do clima supera o custo da inação”, destaca trecho do primeiro relatório de avaliação nacional sobre mudanças climáticas do organismo científico, criado pelo governo federal em 2009 por meio dos ministérios de Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Esse é o terceiro volume do relatório produzido pelo PBMC. O documento traz propostas de redução da emissão de gases poluentes nos setores de energia, indústria, transporte, edificações, agropecuária e uso da terra. Ele foi lançado pela manhã, em Belém, durante o Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte.
“Nesse relatório, mostramos as opções para os tomadores de decisão para reduzir as emissões, de forma que a gente não gaste tanto em adaptação [maneiras de amenizar o impacto]. Existe realmente a possibilidade de redução das emissões, mas depende de decisões muito mais políticas do que econômicas,” disse a presidente do comitê científico do PBMC, Suzana Kahn Ribeiro.
O estudo mostra que o Brasil, em 2010, reduziu as emissões para 1,25 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), em comparação com as emissões de 2,03 bilhões de toneladas em 2005 por causa do êxito no combate ao desmatamento. Entretanto, o documento informa que “após 2020, serão necessárias medidas adicionais de mitigação, devido à tendência de aumento das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis no país”.
“Houve diminuição da emissão de gases de efeito estufa por causa da redução do desmatamento. Isso tem um limite. Estamos atingindo a nossa meta, mas, nas próximas décadas, a redução terá que ocorrer nos setores de energia, transporte e agricultura”, acrescentou Suzana.
Segundo o PBMC, as liberações de dióxido de carbono no Brasil passaram, a partir de 2010, a serem determinadas pelos setores de energia, por causa da queima de combustíveis fósseis, e da agropecuária. As soluções passam pelo uso de energias alternativas, eficiência energética e um padrão de consumo e produção menos intensivo em carbono, que é causador do efeito estufa. Os pesquisadores também destacam que os setores de transporte e indústria são fontes importantes de emissões.
O relatório estima que as emissões do setor elétrico vão aumentar 130% na década entre 2011 e 2021, e aponta que medidas de eficiência energética e o incentivo às pequenas centrais hidrelétricas, às térmicas a bagaço de cana-de-açúcar, e às energias solar e eólica deve ser adotado para mudar o cenário.
As emissões de gases poluentes da agropecuária representam 35% do total do Brasil, “mantendo-se uma tendência crescente”, segundo o estudo. Grande parte das emissões no setor está associada ao produzido pelo rebanho bovino e o manejo das culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e arroz que, juntas, ocupam mais de 70% da área cultivada.
“De 1990 a 2005, houve um aumento de 37% das emissões no setor, considerando-se basicamente o óxido nitroso e o metano, fruto não somente do crescimento dos rebanhos e da área plantada, mas também da maior utilização de tecnologias”, diz o texto. Os pesquisadores destacam que a recuperação de pastagens e a expansão de plantios comerciais de florestas são oportunidades de mitigação.
No setor de transportes, de acordo com estimativas para 2020, o transporte rodoviário poderá emitir 60% a mais do que em 2009, alcançando 270 milhões de toneladas de CO2. A redução do uso de transportes motorizados e o emprego de fontes de energia mais limpas, como os biocombustíveis, são algumas das propostas do PBMC.
O primeiro volume do relatório do painel, publicado em setembro, mostrou que haverá alta nas temperaturas do país no decorrer do século, diminuição das chuvas no Norte e Nordeste e aumento de chuva no Sul e Sudeste. Em outubro, a segunda parte do relatório apontou que agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21.
Edição: Davi Oliveira
Reportagem de Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 08/11/2013

Prevenção de Desastres Naturais

Por : 

CONCEITOS BÁSICOS
Nas últimas décadas, o número de registro de desastres naturais em várias partes do mundo vem aumentando consideravelmente. Isto se deve, principalmente, ao aumento da população, a ocupação desordenada e ao intenso processo de urbanização e industrialização. Dentre os principais fatores que contribuem para desencadear estes desastres nas áreas urbanas destacam-se a impermeabilização do solo, o adensamento das construções, a conservação de calor e a poluição do ar. Enquanto que nas áreas rurais, destaca-se a compactação dos solos, o assoreamento dos rios, os desmatamentos e as queimadas.
Esses desastres que tanto influenciam as atividades humanas vêm historicamente se intensificando devido ao mau gerenciamento das bacias hidrográficas, especialmente pela falta de planejamento urbano. Além disso, o aquecimento global tem aumentado a freqüência e a intensidade das adversidades climáticas, como precipitações extremas, vendavais, granizos entre outros, o que acarreta no aumento da incidência de desastres naturais.
Os desastres naturais causam imensa tristeza e é extremamente difícil evitá-los. Entretanto é possível reduzi-los. Se cada cidadão fizesse seu papel no gerenciamento de desastres naturais na comunidade, os prejuízos e as tristezas certamente poderiam ser bem menores.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Engenheiros fazem vistoria em imóveis de cidade do RN atingida por tremores

Tremor de terra provoca rachadura em ginásio de esportes em Pedra Preta, cidade a 115 km de Natal, no Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (7) (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Os imóveis de Pedra Preta (115 km de Natal) são vistoriados pelo Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) do Rio Grande do Norte para avaliar a situação das estruturas das construções por causa da quantidade de rachaduras que surgiram após tremores de terra que atingem a cidade desde o último dia 24.

Após as inspeções, o Crea vai elaborar um relatório com recomendações sobre as construções. O resultado deve ficar pronto na próxima semana.

Segundo o assessor técnico do Crea Gerson Ricardo de Oliveira, dados preliminares apontam que algumas casas correm risco de desabar caso a magnitude dos tremores aumente. A situação mais preocupante é na zona rural, onde existem imóveis feitos de taipa.

A Prefeitura de Pedra Preta informou que aguarda o laudo do Crea para juntar a documentação que entregará à Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) com o pedido de decreto de situação de emergência.

Segundo dados do LabSis (Laboratório de Sismologia), da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), foram registrados em 12 dias mais de 500 tremores de terra na cidade --alguns foram percebidos em Natal.

Psicólogos
Com os tremores edificações ficaram com paredes e chão rachados. Com medo de desabamentos, moradores dormem com as portas abertas para correr para a rua em caso de abalos. Outros já dormem em quintais e calçadas.

No dia 1º de novembro, o LabSis (Laboratório de Sismologia) da UFRN (Universidade federal do Rio Grande do Norte) e a Cedec orientaram os moradores de Pedra Preta a evacuarem os imóveis devido a uma sequência de abalos sísmicos que ocorreu no município.

A tensão causada pelos abalos sísmicos assustou a população. Para tentar tranquilizar os moradores, equipes da Vigidesastres (Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres), da Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública), estarão a partir da próxima segunda-feira (11) atendendo os moradores da cidade.

As equipes são formadas por psicólogos, enfermeiros, educadores físicos e acupunturistas. Haverá também palestra informativa sobre as medidas que os habitantes da cidade devem tomar para lidar com as dificuldades durante os tremores de terra em Pedra Preta.

Fonte: UOL e site miséria

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Capacitação sobre decretação de situação de emergência em Crato

Ocorreu dia 5 de novembro de 2013, no auditório do Geopark Araripe em Crato, capacitação realizada pela Defesa Civil Estadual, com temática: Decretação de situação de emergência e S2id. Compareceram 19 comdec's (cidades) da região do cariri.








segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Inundação - Conheça o desastre

Inundação

Seg, 12 de Outubro de 2009 13:35
Conheça o desastre
 
Há vários tipos de inundações:
 
Inundações repentinas, bruscas ou enxurradas, que ocorrem em regiões de relevo acentuado, montanhoso, como na região Sul do País. Acontecem pela presença de grande quantidade de água num curto espaço de tempo.
 
São freqüentes em rios de zonas montanhosas com bastante inclinação, vales profundos e muitas vezes as águas de chuva arrastam terra sem vegetação devido aos deslizamentos nas margens dos rios. A grande quantidade de água e materiais arrastados representam, à medida que escoam, grande poder destruidor.
 
Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras (intensas), também podem originar inundações repentinas, quando o solo esgota sua capacidade de infiltração.
 
Inundações lentas ou de planície. Nas enchentes, as águas elevam-se de forma paulatina e previsível; mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente.
 
Normalmente, as inundações são cíclicas e nitidamente sazonais. Exemplo típico de periodicidade ocorre nas inundações anuais da bacia do rio Amazonas. Ao logo de quase uma centena de anos de observação e registro, caracterizou-se que, na cidade de Manaus, na imensa maioria dos anos, o pico das cheias ocorre em meados de junho.
 
Inundações em cidades ou alagamentos.
 
São águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos, por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes.
 
Nos alagamentos, o extravasamento das águas depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das águas acumuladas, do que das precipitações locais.
 
O fenômeno relaciona-se com a redução da infiltração natural nos solos urbanos, a qual é provocada por:
 
compactação e impermeabilização do solo;
pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração;
construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas;
desmatamento de encostas e assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço urbano;
acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d´água; insuficiência da rede de galerias pluviais.
 
Danos
 
No Brasil, muitas pessoas morrem anualmente pelas inundações. Outras perdem todo o patrimônio familiar alcançado com muitos anos de trabalho e esforço.
 
É comum a combinação dos dois fenômenos - enxurrada e alagamento - em áreas urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades serranas.
 
Em cidades litorâneas, que se desenvolvem em cotas baixas, como Recife e cidades da Baixada Fluminense, a coincidência de marés altas contribui para agravar o problema.
 
Os alagamentos das cidades normalmente provocam danos materiais e humanos mais intensos que os das enxurradas.
 
Perguntas freqüentes
 
1- O que a prefeitura pode fazer?
 
Elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, onde serão identificadas as áreas de risco e estabelecidas as regras de assentamento da população. Pela Constituição Federal (art.138), esse Plano é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes.
Fiscalizar as áreas de risco, evitando o assentamento perigoso em ÁREAS INUNDÁVEIS.
Aplicar multas, quando o morador não atender as recomendações da Prefeitura.
Elaborar um plano de evacuação com um sistema de alarme. Todo morador deve saber o que fazer e como fazer para não ser atingido.
Implantar o esgotamento de águas servidas e a coleta do lixo domiciliar.
Indicar quais áreas estão seguras para a construção, com base no zoneamento;
Como a maioria das cidades brasileiras está próxima aos vales e margem dos rios é importante o planejamento, a legislação e a fiscalização.
 
2- O que devo fazer ao verificar os riscos de alagamento da cidade?
 
Não deixe crianças trancadas em casa sozinhas;
Mantenha sempre pronta água potável, roupa e remédios, caso tenha que sair rápido da sua casa;
Conheça o Centro de Saúde mais próximo da sua casa, pode ser necessário;
Avise aos seus vizinhos sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de risco de deslizamento. Avise, também, imediatamente ao Corpo de Bombeiros e àDefesa Civil;
Convença as pessoas que moram nas áreas de risco a saírem de casa durante as chuvas;
Avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil sobre áreas afetadas pela inundação;
 
3- Posso levar os objetos pessoais mais importantes?
 
Antes de tudo, salve e proteja sua vida, a de seus familiares e amigos. Se precisar retirar algo de sua casa, após a inundação, peça ajuda à Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros;
Coloque documentos e objetos de valor em um saco plástico bem fechado e em local protegido;
 
4- Se a inundação for inevitável como devemos nos preparar para enfrentá-la?
 
Tenha um lugar previsto, seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de uma inundação;
Desconecte os aparelhos elétricos da corrente elétrica para evitar curtos circuitos nas tomadas;
Não construa próximo a córregos que possam inundar;
Não construa em cima de barrancos que possam deslizar, carregando sua casa;
Não construia embaixo de barrancos que possam deslizar, soterrando sua casa;
Feche o registro de entrada d`água;
Retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas a inundações;
Feche bem as portas e janelas.
 
5- Há perigos de choque elétrico em equipamentos que foram molhados na inundação?
 
Sim. Não use equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito.
 
6- Como podemos colaborar para evitar inundações?
 
Jogue o lixo no lixo. Não jogue lixo em terrenos baldios ou na rua. Não jogue papel e lixo na rua;
Não jogue sedimentos, troncos, móveis, materiais e lixo que impedem o curso do rio, provocando transbordamentos;
Não jogue lixo nos bueiros (boca de lobo), para não obstruir o escoamento da água;
Limpe o telhado e canaletas de águas para evitar entupimentos;
  
7- É uma boa diversão para as crianças brincar nas águas de inundação. Existe perigo nisso?
 
Sim. Não deixe crianças brincando na enxurrada ou nas águas dos córregos, pois elas podem ser levadas pela correnteza ou contaminar-se, contraindo graves doenças, como hepatite e leptospirose;
 
8- O que devemos fazer após a inundação?
 
Enterre animais mortos e limpe os escombros e lama deixados pela inundação;
Lave e desinfete os objetos que tiveram contato com as águas da enchente;
Retire todo o lixo da casa e do quintal e o coloque para a limpeza pública;
Veja se sua casa não corre o risco de desabar;
Raspe toda a lama e o lixo do chão, das paredes, dos móveis e utensílios;
Cuidado com aranhas, cobras e ratos, ao movimentar objetos, móveis e utensílios. Tenha cuidado com cobras e outros animais venenosos, pois eles procuram refúgio em lugares secos.
 
9- Que cuidados devemos ter com a água?
 
Nunca beba água de enchente ou inundação;
Não beba água ou coma alimentos que estavam em contato com as águas da inundação.
 
    - Água para Consumo Humano: pode ser fervida ou tratada com água sanitária, na proporção de 2 gotas de água sanitária para 1 litro de água ou tratada com hipoclorito de sódio, na proporção de 1 gota de hipoclorito para 1 litro de água. Nos dois casos, deixar em repouso por 30 minutos para desinfetar.
 
    - Água para limpeza e desinfecção das casas, prédios ou rua deve ter a seguinte dosagem: 1 litro de hipoclorito de sódio para 20 litros de água ou 1 litro de água sanitária para 5 litros de água.
 
Ferva a água ou use 1 gota de hipoclorito para 1 litro de água;
Lave os alimentos com água e hipoclorito.

Capacitação sobre Decretação de Emergência em Crato


           Convidamos as Coordenadorias de Defesa Civil dos Municipios do Sul Caririens para participar de Capacitação sobre Novo Processo de Decretação de Emergência Estadual e Oficina de preenchimento de documentação de Situação de Emergência e Estado de Calamidade Pública via S2ID, a ser realizado pela Defesa Civil  Estadual no dia 05 de Novembro partir das 8 horas no auditório do Geopark Araripe, situado na Rua Carolino Sucupira (atrás da Urca – Universidade Regional do Cariri e Hemoce). Qualquer dúvida entrar em contato com a Defesa Civil Estadual ou com a Defesa Civil em Crato pelo e-mail:defesacivil_crato@hotmail.com ou pelos fones: 88.9928.9177 – Meire ou 9638.4167 – Charles.


Charles Galdino Rodrigues
Gerente de Operações
Defesa Civil em Crato - CE

sábado, 2 de novembro de 2013

Reservatórios em colapso no Interior do Ceará

 
O quadro atual dos reservatórios e dos sistemas de abastecimento de águas de cidades e localidades do Interior do Ceará é considerado muito crítico e exige dos moradores uso racional do recurso hídrico. "Em 32 anos de trabalho na Companhia não me lembro de uma crise tão grande como essa que estamos atravessando", revela o diretor de Operações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Josineto Araújo.

Todas as semanas, técnicos da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), da Superitendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), da Cagece e da Defesa Civil fazem reunião de monitoramento dos dados de volume de açudes e poços, e definem obras a serem executadas para minorar os efeitos da estiagem. "Estamos administrando o quadro e reduzimos os efeitos da seca", diz Araújo.

Em 1993, o Ceará enfrentou escassez de água e foi o Açude Orós, por meio do Canal do Trabalhador, que salvou a Região Metropolitana de Fortaleza de um colapso. Vinte anos depois, a seca voltou com força. Nesse período do ano, o quadro agrava-se, mas a situação dos sistemas de abastecimento já foi pior, na avaliação de Araújo. Em muitas áreas urbanas as torneiras são fechadas em dias alternativos ou é feito o remanejamento de liberação de água entre bairros.

Gerenciamento

A Cagece administra sistemas de abastecimento em 151 cidades cearenses. "Não há como negar que a situação é grave. O nível dos reservatórios está baixando. Neste ano praticamente não houve recarga, mas muitas ações foram concluídas ou estão em conclusão para reduzir os efeitos da seca", observa o diretor de Operações da Cagece.

Em dez cidades, o governo do Estado implanta adutoras emergenciais de engate rápido: nos municípios de Crateús, Tauá, Antonina do Norte, Beberibe, Paracuru, Pecém, Coreaú, Moraújo, Acopiara e Caridade.

Colapso

A cidade de Acopiara, localizada na região Centro-Sul do Estado do Ceará, corre risco de colapso de água. A barragem Quincoê, principal sistema local de abastecimento, secou. A saída foi transferir água de um açude particular, o Raimundo Morais. Operários trabalham para a implantação de uma adutora emergencial que deve ficar pronta em janeiro do próximo ano.

Na cidade de Antonina do Norte, a Cagece e a SRH encontraram uma nova fonte de captação de água, e, assim, o sistema entrou em equilíbrio. Já Beberibe, no Litoral Leste, saiu da situação crítica após a instalação de uma adutora de engate rápido.

Crateús, município situado nos Inhamuns, está com o seu principal açude seco e a alternativa foi transferir água do Açude Flor do Campo, em Novo Oriente, por meio do leito seco do Rio Poty, até o Açude Carnaubal.

A operação foi realizada pela Cogerh e gerou polêmica. O reservatório Flor do Campo só acumula 5% da capacidade. Em Mucambo o açude também secou. Duas adutoras foram implantadas para transferir água do Açude Jaburu, na cidade de Ubajara, que está com volume de quase 50% para os municípios de Graça, Pacujá e Mucambo. Em Caridade, a Cagece mudou a captação para o Açude São Domingos.

Alternativa

Nas cidades de Granja, Pacoti e Palmácia os poços estão secando e os técnicos tentam perfurar outros. No município de Irauçuba, carros-pipas abastecem diariamente a Estação de Tratamento de Água (ETA).

Na cidade de Quiterianópolis, o sistema secou e cinco poços estão sendo perfurados com previsão de conclusão para o próximo dia 10.

Na cidade de Tauá, localizada na região dos Inhamuns, os açudes Trici e Várzea do Boi estão com menos de 2% de volume e a situação é preocupante. Uma adutora do Açude Favelas que acumula 15%, vai amenizar a crise de desabastecimento.

Segundo o diretor de Operações da Cagece, outros municípios cearenses enfrentam quadro crítico considerado médio. São elas: Trairi, Paracuru, Alcântara, Salitre, Lavras da Mangabeira e Ipaumirim.

Neste último, uma adutora em implantação pela Secretaria de Recursos Hídricos deve ser concluída neste mês a partir do Açude Jenipapeiro que vai abastecer além de Ipaumirim, Baixio e Umari. Por enquanto, a saída é perfurar novos poços em busca de água no subsolo. (HB) 

Mais informações

Cagece, endereço: Av. Dr. Lauro Vieira Chaves, 1.030
Telefones: 0800 275 0195/ (85) 3101. 1826 

Fonte: Diário do Nordeste e site Miséria